Luís Lopes faz parte da quarta geração da família à frente da Loja do Sal – uma marca 100% portuguesa que produz, comercializa e inova produtos de sal e derivados bem como produtos regionais, dando primazia à tradição e qualidade.
Para conhecer a história das Salinas de Rio Maior, há que voltar atrás no tempo. Há 205 milhões de anos atrás o mar ocupou esta parte da península ibérica, deixando uma lagoa salgada que, com o passar dos anos, solidificou, formando a maior pedra de sal-gema da península ibérica. Com o movimento das placas tectónicas, a água doce da Serra dos Candeeiros infiltrou-se nesta pedra, criando uma fonte natural de água 10 vezes mais salgada que a água do mar. “É daqui que a Loja do Sal extrai a matéria-prima para os seus produtos de excelência”, explica Luís.
Tudo começou em 1865, quando o bisavô, Justino, abriu a Loja do Sal, uma loja de sal e taberna que servia vinho aos salineiros. Justino deixava os salineiros ficarem a dever a conta, pagando depois em sal, após o final da Campanha. Uma troca valiosa, numa altura em que o sal era considerado ouro branco – importante não só como tempero mas também como forma de conservar alimentos.
Trazer inovação mantendo a tradição
Hoje em dia, Luís, os seus pais e irmão, continuam aquele que é o negócio da família há mais de 150 anos. Apesar da produção tradicional, expandiram o portfólio de produtos para novos produtos inovadores, quer de cariz culinário, quer de cariz terapêutico. Na Loja do Sal encontramos centenas de referências de produtos feitos com sal, desde a tradicional flor de sal, a misturas de temperos (algumas feitas exclusivamente para alguns dos mais famosos chefs portugueses), a produtos de SPA.
Em conjunto com a loja, concretizaram este ano um projeto de longa data: inauguraram a Taberna 1865 (uma homenagem ao avô Justino): um espaço de petiscos, onde os visitantes podem provar o melhor da gastronomia ribatejana, com produtos 100% regionais e sustentáveis. Toda a taberna é um verdadeiro compromisso com a sustentabilidade e a produção local – os produtos alimentares são regionais, as mesas feitas por um artesão local a partir de madeira do terreno da família, os cerâmicos desenhados e produzidos por um ceramista local e até as facas são um design exclusivo que referencia o canivete ribatejano.
A loja e a taberna são mais do que um local de venda – a missão da Loja do Sal é também a de contar histórias, explicar a origem e criação dos produtos de sal e da cultura da região, funcionando como um centro interpretativo para quem visita as Salinas de Rio Maior (que não têm um museu ou espaço cultural dedicado) e a porta de entrada para quem visita o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros.
Atrair novas audiências através das ferramentas digitais
“Estamos no centro do país, numa aldeia onde não vive quase ninguém”, conta Luís. Apesar de ser um ponto turístico de pequena dimensão, sentiu a necessidade atrair novos públicos – o público dos centros urbanos, do estrangeiro, com interesse na experiência e em produtos inovadores.
“Não conseguíamos atingir a audiência que tem interesse nestes produtos, e o Google My Business é uma ferramenta que facilmente nos chegou e tem feito a diferença para nós”.
Após criarem o cartão Google My Business da Loja do Sal e ativarem a funcionalidade do Google Maps, os utilizadores começaram a chegar mais facilmente à Loja e encontrá-la como opção nas suas viagens. Estimam que, com esta implementação, aumentaram o número de visitas semanais em cerca de 50%.
As avaliações do perfil são a prova disso. Com 4,6 estrelas de pontuação, os comentários dos clientes são uma grande fonte de orgulho para toda a equipa. “Toda equipa são pessoas que trabalham com muito orgulho e paixão e que gostam realmente do que estão a fazer que é vender, mas acima de tudo, promover, contar histórias e tornar isto uma experiência para quem nos visita”, explica Luís. A dinâmica criada pelos comentários, fotografias e avaliações dos clientes no Google My Business, além do orgulho que cria para a equipa, contribui também para o alcance de novos clientes – restaurantes, mercearias, talhos e distribuidores internacionais. “Conquistar estes clientes além fronteiras, clientes muito exigentes que procuram produtos de excelência, é uma fonte de orgulho para nós”, conclui.
Um dos motores de economia da região
Para a Loja do Sal, a pandemia foi um obstáculo mas também um desafio que superaram com distinção. “Estamos abertos todos os dias, há mais de 150 anos. Ver a Loja a fechar pela primeira vez foi muito triste para nós”, explica Luís. Usando o Google My Business como ponto de contato, aumentaram as visitas ao website e duplicaram o número de contatos telefónicos, continuando a operar a loja de portas fechadas.
Enquanto parte da história e motor da economia local, não se ficaram por aí. Desenvolveram a campanha “Rio Maior às Costas”, e aumentaram a sua rede de distribuição para restaurantes e hóteis para incluir também entregas ao domicílio, levando a vários concelhos da zona mas também a outros distritos, não só produtos da loja do sal mas também vinhos, mel, azeite, bolachas, chás, enchidos e queijos de produtores locais para que continuassem a chegar aos consumidores.
“Aquilo que a Loja do Sal tem feito e pode orgulhar-se disso, é ser um fator de desenvolvimento do concelho, mas também da região, extremamente importante para a gente de Rio Maior, pois a geração de riqueza e sustentabilidade é essencial para estes meios mais rurais”.