Uma paixão de infância que virou negócio graças ao digital

Samya Bruço sempre gostou de cozinhar. Uma das suas memórias de infância mais queridas é a de ir a casa de uma vizinha que tinha uma forma de bolo em forma de coração. A vizinha acabou por lhe oferecer a forma e Samya fez o seu primeiro bolo de iogurte. Desde então, a paixão pela cozinha e os doces nunca desapareceu.

Nascida e criada no estado de Santa Catarina, no Brasil, Samya estudava arquitetura. A crise económica levou-a a mudar-se para Portugal. No nosso país, continuou a estudar e formou-se em história da arte, tendo depois feito um mestrado na área da cultura – áreas nas quais não conseguiu encontrar emprego.

Em 2018, estava grávida do seu primeiro filho e infeliz com a sua situação profissional. Esta necessidade de realização e gosto pela cozinha foi o que a levou, então, a dar os primeiros passos no projeto que é agora a Sam Pastelaria Saudável: uma pastelaria online com snacks, doces e bolos saudáveis – sem glúten, sem açúcares adicionados, baixo em gorduras, sem lactose e com muitas opções vegan – e entregues ao domicílio. “A minha motivação foi fazer algo de que me pudesse orgulhar muito”, explica Samya.

Re-aprender os alimentos e criar doces saudáveis

Há alguns anos, procurou uma nutricionista com quem fez uma reeducação alimentar. “É aprender o que os alimentos fazem por nós”, explica Samya, “Passei a substituir as refeições que eu gostava por equivalentes mais saudáveis. Deu certo e os resultados são muito visíveis na saúde”.

Esta reeducação alimentar foi o que a guiou para os doces saudáveis. Começou a experimentar e a aperfeiçoar as suas receitas. Ficou apaixonada pelos resultados, e queria partilhá-los com o mundo!

Uma aprendizagem contínua

Apesar do talento na cozinha e o conhecimento do valor nutricional dos alimentos, havia ainda muito que não sabia sobre o negócio. Com dois filhos pequenos e um orçamento familiar apertado, voltar a estudar não era uma opção viável.

“Quando comecei, tudo o que eu tinha era o telemóvel”, conta Samya, “então eu literalmente pesquisava tudo no Google e no Youtube”. Para que os seus doces tivessem aspeto e qualidade de pasteleiro, começou a ver tutoriais no Youtube e a colocá-los em prática – desde técnicas de chocolate a coisas tão simples como utilizar corretamente um saco de pasteleiro.

“A partir do momento em que me apercebi do quão longe conseguia chegar usando ferramentas digitais, passei literalmente a perguntar tudo ao Google!”, conta-nos com uma risada. Sem experiência na área, começou a pesquisar tópicos e aulas online sobre criação de websites, keywords de pesquisa e anúncios, otimizando o seu website para ser facilmente encontrada em pesquisas – um fator cada vez mais importante, uma vez que as pesquisas no motor de busca já representam cerca de 32% das visitas ao seu website.

A vida faz sentido quando tomamos uma decisão de começar um projeto, um negócio, que faz sentido para nós. E vamos ter que usar tudo o que aprendemos até agora nele.

Através do motor de busca e análise de trends e pesquisas, começou a encontrar as keywords relevantes para o seu conteúdo. Esta pesquisa levou-a a descobrir os seus diferentes públicos: primeiro, as pessoas preocupadas com a alimentação saudável, depois seguiram-se pessoas com intolerâncias alimentares e, atualmente, a maior parte das vendas são de bolos para bebés, no qual se tem vindo a especializar.

Após completar um curso online, começou a criar ações de Google Ads – e já conseguiu verificar um aumento nas vendas de 30% nas semanas em que os anúncios estão ativos.
“Eu tinha uma paixão, e até tinha talento. Mas não tinha formação nem técnica”, explicou-nos, “Tudo o que consegui fazer foi com o apoio destas ferramentas”.

A sustentabilidade do negócio

Para garantir sustentabilidade, a pastelaria trabalha na reutilização máxima dos alimentos. “Eu tento utilizar os alimentos na íntegra”, explica a pasteleira, “Por exemplo, faço a minha própria bebida vegetal de amêndoa e os resíduos das amêndoas são depois incorporados na massa de um bolo.” Quando lhe perguntam se tem stock pronto para entrega “a resposta é sempre não”, conta. “Faço todos os bolos por encomenda para evitar qualquer tipo de desperdício”.

A sustentabilidade é também a rentabilidade e continuidade do negócio. Tendo agora o seu parceiro a trabalhar full-time consigo, recorrem ao Google Workspace para a gestão diária. Através do calendário partilhado coordenam a produção dos doces e respetivas entregas, e partilham a responsabilidade pelo fluxo de encomendas a chegar e o serviço de venda e pós-venda todo feito através do Gmail, de forma personalizada.

Também recorre ao Google Drive para coordenar os documentos mais importantes: as suas fichas de produção (com todas as receitas, quantidades e processos necessários à pastelaria) estão online e acessíveis, garantindo a qualidade do produto em qualquer circunstância.

Isto é especialmente importante porque o plano é crescer, e porque a pastelaria é agora o trabalho e sustento da sua pequena família. Samya continua a apostar tanto na sua formação enquanto pasteleira, mas também enquanto gestora de marketing digital.
“Sinto-me muito realizada, sinto que sou capaz de fazer tudo”, conta Samya, “Quando se tem força de vontade, quando se quer começar, o Google responde.” Apesar dos obstáculos, Samya sente que tomou a decisão certa, e encontra-se no lugar oposto de como se sentia quando resolveu começar.

As ferramentas digitais que levaram a marca da tradição ao mercado internacional

Esperança não consegue precisar quando aprendeu a arte da cestaria. Conviveu com ela desde que nasceu, dormiu no berço ao lado do tear e quando deu por si, já subia a um banquinho para entrelaçar o junco.

A arte da cestaria está espalhada um pouco por todo o Portugal. Na zona centro, em Alcobaça, de onde é natural, e em Porto de Mós, onde reside atualmente, é ofício da sua família há mais de sete décadas. Até aos 17 anos, ajudou os pais na produção manual de cestos, porém a fragilidade da profissão de artesã e a incapacidade de atingir uma estabilidade financeira, levaram-na a abraçar outras atividades profissionais. “Quando dizem que os jovens não querem aprender os ofícios, isso não é verdade. É impossível trabalhar e viver dignamente nos moldes em que o comércio do artesanato sempre foi feito tradicionalmente, e é importante falar disso”, explica.

Mais de duas décadas depois sentiu de novo o bichinho. Insatisfeita com a sua realização profissional, aos 38 anos voltou às suas raízes e ao seu ofício. Desde o início o seu objetivo foi pegar numa arte milenar e dar-lhe uma abordagem distinta no design e qualidade. As antigas cestas que costumam ser usadas como lancheiras ou cestas de picnic, nas suas mãos tornaram-se designs de moda inovadores e um produto para o dia a dia do consumidor atual.

Foi assim que nasceu a Victoria Handmade, um atelier que utiliza técnicas tradicionais para criar um produto premium moderno. “Se as pessoas soubessem o quão árduo é este processo, dariam logo muito mais valor”, explica Esperança referindo-se ao processo de apanha do junco, secagem, tingimento, tecelagem e acabamentos. Todos os processos são feitos à mão, apenas com processos e produtos naturais, garantindo um produto de alta qualidade e 100% sustentável.

As ferramentas da mudança

Segundo Esperança, o problema do artesão sempre foi não conseguir vender o seu produto: “Tradicionalmente, os artesãos estavam focados na produção, dependendo de terceiros que agissem como intermediários para a venda do produto nacional e internacionalmente – e isso é um dos factores de insustentabilidade de um projeto artesanal”.

Antigamente, e ainda continua a ser assim, o problema do artesão foi não conseguir vender o seu produto.

Conhecendo o negócio tradicional, Esperança sabia que esse não era o caminho que queria para si. E o primeiro passo da sua estratégia, foi criar os meios e “saber vender” a sua arte: “Estas ferramentas digitais são exatamente o que o artesão precisa para não depender de terceiros e vender o seu próprio produto”.

O objetivo da Victoria Handmade foi digitalizar o seu negócio para poder trabalhar em todas as suas vertentes – desde a comunicação, ao conhecer o cliente, ao preço e às entregas. Para isso, usou as ferramentas mais presentes no dia a dia dos clientes e disponíveis à distância de um clique.

A ferramenta gratuita Google My Business foi um dos pontos-chave do seu crescimento. As várias funcionalidades da ferramenta, como o perfil informativo, as direções do mapa para o atelier, as fotos do espaço, e as reviews deixadas pelos clientes satisfeitos, foram fulcrais para dar credibilidade à marca e criar confiança nos consumidores que estão a descobrir a Victoria Handmade pela primeira vez. Desde que criaram o seu perfil, sentiram um aumento de 44% nas visitas ao atelier, e de 35% nas visitas da loja online. No total, 76% das visitas mensais ao site vêm do motor de pesquisa Google.

“Este produto não é uma compra de impulso. Por isso, percebermos a audiência e os canais em que contactam connosco é fulcral para estabelecer uma relação”, explica. Assim, utilizam o Google Analytics para perceber o que leva o consumidor até à página de compra, para conhecerem os diferentes momentos de contato com o cliente e comunicarem corretamente em cada momento. Analisam também os produtos mais vistos no site, que ajuda a escolher a direção dos próximos designs.

Desde a criação da marca, há 7 anos, têm vindo a atualizar-se e adotar cada vez mais ferramentas digitais. Para o futuro, querem continuar a alargar ainda mais o mercado internacional, principalmente nos países dos quais recebem um significativo número de visitas mensais, como os Estados Unidos e França. “O mercado é global e estas ferramentas permitem-nos participar nele”, explica Esperança, revelando que recentemente começaram a apostar na divulgação através de Google Ads. Em apenas 3 semanas de iniciarem o investimento em ads, obtiveram um crescimento de 52% de vendas internacionais, pelo que esta via de comunicação continuará a fazer parte da estratégia.

Viver do artesanato e não apenas sobreviver

A valorização que os consumidores dão, cada vez mais, ao trabalho artesanal e peças únicas é um dos fatores que contribui para o sucesso, e uma história que têm vindo a contar na sua comunicação, utilizando as ferramentas digitais gratuitas.

É também uma mensagem que Esperança tenta passar através dos canais da marca: “O artesão tem que se valorizar em primeiro lugar. Se eu não valorizar o meu trabalho, como posso exigir às pessoas que o façam?”.

Mais do que um negócio rentável, Esperança quer construir um novo modelo de negócio e mentalidade em relação ao artesanato – um negócio que é sustentável a nível ambiental e humano, e onde os trabalhadores e a sua arte são valorizados e pagos dignamente. E onde os consumidores, nacionais e internacionais, sabem que estão a receber um produto de alta qualidade, feito de forma completamente ética, que poderão apreciar por muitas gerações.